Por que ter?

  • Possibilidade de maiores rendimentos:

    Se você trabalha no consultório de outra pessoa é normal que metade (ou até mais) dos valores recebidos não cheguem ao seu bolso. Dessa forma, é importante ter um bom volume de pacientes para ter mais retorno financeiro. Entretanto, há um limite para quantos pacientes você consegue atender no período que foi destinado a você. Como provavelmente não é você quem define os valores pagos pelo local onde você trabalha, você pode atingir um teto.

    Se você trabalha no seu próprio consultório, por outro lado, você não precisa repassar parte do retorno financeiro para outros médicos. É claro que existem outros gastos próprios do consultório, mas o objetivo é que, com o tempo, você consiga reter uma porcentagem maior do dinheiro que entra. Além disso, você pode definir o valor cobrado pelas consultas e procedimentos que você faça.
  • Maior autonomia:

    Poder fazer as coisas do seu jeito é algo importante para muitas pessoas. Quem nunca teve problemas com uma secretária que não fazia a dilatação como você orientou? Quem nunca ficou insatisfeito com determinado aparelho de má qualidade em uma clínica? Tendo o seu próprio consultório, tudo isso depende de você.
  • Crescimento profissional:

    Trabalhando em outros consultórios, especialmente em clínicas populares, pode ser difícil conseguir crescer sua clientela. Isso acontece pois normalmente os pacientes não vão lá porque sabem que você atende lá e querem ser atendidos por você, mas sim porque o óculos quebrou ontem e sabem que naquela clínica X onde ele consultou há uns três anos é barato e sempre tem atendimento. Aliás, como o paciente poderia lembrar de você, se a consulta durou 10 minutos e foi só pra pegar uma receita de óculos?

    Ter o seu próprio consultório pode ser uma saída para que você consiga realizar uma medicina de maior qualidade. No seu consultório você pode fazer com que o paciente tenha uma experiência de atendimento mais agradável, e que na consulta você tenha mais tempo pra explicar o que é glaucoma, por exemplo, e esperar que o paciente realmente retorne com os exames que você pediu.

Por que não ter?

  • Investimento:

    Ter o seu próprio consultório requer não somente o investimento inicial com os aparelhos, mas também muitas outras coisas. Por exemplo, quando você está em um consultório ou clínica de terceiros, são eles que correm atrás da divulgação que irá trazer os pacientes. Caso você opte por construir um consultório do zero, você vai ter gastos não só com a construção, mas com a abertura de empresa, alvarás, contratação de funcionários, contas de energia, água, internet, etc. Uma opção intermediária é o aluguel de uma sala em uma clínica ou prédio comercial, por exemplo, que muitas vezes já incluem ao menos parte desses gastos.
  • Captação de pacientes:

    Quando você está em um consultório que não é seu, você simplesmente chega lá, abre a agenda, vê quantos pacientes foram agendados naquele dia, atende todos, faz o acerto e vai embora pra sua casa.

    Quando você está no seu próprio consultório recém inaugurado, você chega lá e…. não tem pacientes agendados. Você espera lá a manhã inteira e… continua sem surgir ninguém. Captar pacientes é um grande desafio, e é realmente um “trabalho de formiguinha”. Demora bastante! Frequentemente você não vai ter uma agenda bacana antes de um ano de consultório.
  • Menor resolubilidade

    Sabemos que em oftalmologia a grande maioria dos pacientes requerem somente os exames relacionados à refração, tonometria e fundoscopia. Porém, nossa especialidade é completamente dependente de aparelhos para exames e procedimentos, então se você não tem todos eles (o que pode chegar a ser um investimento milionário), você inevitavelmente vai ter que encaminhar esse paciente pra outro serviço, e a chance de ele não voltar mais com você tende a ser maior do que se o paciente conseguisse facilmente resolver tudo no mesmo local onde consultou.

É muito caro?

Adquirir aparelhos novos de um consultório básico (auto refrator, greens, lâmpada de fenda com tonômetro de Goldmann, cadeiras, coluna, projetor de optotipos) custa geralmente menos de 100 mil reais. Quando saímos desse básico o investimento já passa a ser bem mais alto. Por exemplo, um OCT usado de um modelo mais antigo chega a ser 100 mil reais. O exame complementar mais básico, que seria uma retinografia portátil, custa em torno de 30 mil reais. Se você deseja poder operar na sua clínica, um microscópio Leica usado também passa de 100 mil reais.

Author

Médica formada pela Universidade Federal de Goiás. Residência Médica em Oftalmologia no Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás. Fellowship em Glaucoma clínico e cirúrgico no Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás.

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